Gestão de pessoas no desenvolvimento de líderes
Conforme apontam pesquisas da empresa de consultoria empresarial McKinsey & Company, a segurança psicológica no ambiente de trabalho é um precursor do desempenho adaptativo e inovador nos níveis individual, de equipe e organizacional nas empresas.
Dessa forma, fica claro que para criar uma equipe, ou rede de equipes, de sucesso, é preciso construir uma estrutura organizacional com alto grau de segurança psicológica e operando fora de modelos burocráticos e isolados.
Em um ambiente de trabalho psicologicamente seguro, os funcionários se sentem valorizados, respeitados e apoiados em suas contribuições, pois não sentem medo de sofrer retaliações e críticas severas ao sugerir novas ideias e assumir riscos.
É fundamental que todos na equipe tenham segurança para expressar suas opiniões, preocupações, ideias e sugestões sem que isso caminhe junto com o sentimento de medo e insegurança.
A segurança psicológica no trabalho também pode ajudar a prevenir problemas como a discriminação, assédio e bullying no local de trabalho, criando um ambiente em que essas questões são abordadas de forma aberta e transparente
Nesse contexto, urge a necessidade de as empresas explorarem ao máximo o potencial de liderança e gestão de pessoas, pois como já sabemos muito bem, as pessoas são o ativo mais valioso de uma empresa e sem elas, não é possível sair do lugar.
Qual o impacto da gestão de pessoas nos negócios?
Podemos considerar que a gestão de pessoas impacta 5 grandes frentes da organização, são eles:
#1 Cultura organizacional
Uma cultura positiva e inclusiva gera maior colaboração e integração das equipes, afetando diretamente no bem estar, na comunicação interna e na performance dos funcionários.
A satisfação e o alinhamento dos objetivos do colaborador com a cultura organizacional da empresa é um “match” elementar, pois quando um colaborador se sente pertencente e complementar, seus resultados sempre serão melhores.
Isso fica ainda mais claro conforme cada segmento empresarial, pois em cada caso há diferentes minúcias na forma de conduzir a comunicação interna e externa. Um lar de idosos deve ter uma cultura organizacional completamente diferente da de uma agência de marketing, por exemplo.
#2 Desempenho organizacional
Funcionários sobrecarregados, pouco reconhecidos, sem segurança psicológica, cansados e insatisfeitos sofrem o reflexo dessa circunstância tanto no ambiente de trabalho quanto em suas vidas pessoais, o que causa um efeito em cadeia que prejudica diretamente o desempenho organizacional.
As equipes são como um entrelaçado de fios que deve estar sempre bem tecido, pois um problema localizado pode causar um efeito em cadeia com danos difíceis de reparar.
#3 Imagem da marca
Uma empresa cuja cultura não é saudável para os colaboradores tende a alimentar uma péssima reputação, o que afasta talentos e prejudica muito a retenção de novos funcionários que poderiam se destacar imensamente se fossem reconhecidos e valorizados.
Quando uma empresa sofre com uma crise de imagem relacionada à forma como trata de seus funcionários, o manejo das consequências dessa situação pode levar anos e manchar a imagem da marca por anos.
Por outro lado, uma cultura organizacional forte, segura e que claramente reflete nas equipes torna-se alvo de desejo daqueles que estão disponíveis no mercado de trabalho, e um exemplo clássico disso é o Google.
Na criação de sites profissionais, também é sempre importante refletir a cultura da empresa para que os futuros funcionários e público geral possam avaliar os valores que representam a empresa e a forma como ela é conduzida.
#4 Satisfação do cliente
O alinhamento de um time com a voz da marca e a satisfação de um time de vendas, por exemplo, podem ser responsáveis por criar e consolidar relacionamentos duradouros com cada vez mais clientes.
#5 Retenção de talentos
A gestão de pessoas afeta diretamente a capacidade de uma empresa de reter seus funcionários mais talentosos, pois garante que esses colaboradores se sintam valorizados, engajados e motivados, dando seu maior potencial diariamente.
Esse fator é particularmente importante em um mercado de trabalho competitivo, pois um funcionário estrela insatisfeito pode ser facilmente recrutado por uma empresa que ofereça melhores condições.
Atualmente, especialmente nas empresas de tecnologia, o trabalho remoto surge como um benefício para muitos profissionais que podem expandir os horizontes de suas carreiras de qualquer lugar do planeta, seja de casa ou de uma cafeteria.
O papel do líder na gestão de pessoas
No centro das diversas abordagens usadas na gestão de pessoas, está o papel do líder, que deve orientar e auxiliar sua equipe a alcançar seus objetivos de forma individual e conjunta, entendendo sempre as particularidades de cada situação.
Dentre os diversos aspectos que relacionam o papel do líder à eficiência da gestão de pessoas, os mais importantes são:
- Comunicar com efetividade;
- Resolução de conflitos;
- Manutenção da cultura organizacional;
- Motivar a equipe;
- Tomada de decisões;
- Desenvolvimento das equipes.
Em resumo, o líder desempenha um papel crítico na gestão de pessoas, pois é responsável por motivar, desenvolver habilidades, comunicar efetivamente, resolver conflitos, focar na cultura da empresa e tomar decisões importantes.
A liderança não é algo que se impõe sobre os outros, mas sim algo que se conquista com confiança, respeito e uma troca recíproca de aprendizado contínuo.
Dessa forma, o desenvolvimento de liderança deve ser alvo do foco de qualquer líder, independentemente do seu nível de experiência.
A dinâmica da troca entre as pessoas é complexa demais para não se manter atualizado sobre as formas mais eficientes, estratégicas e qualificadas de se exercer liderança.
Como desenvolver líderes?
Não existe uma fórmula mágica ou um curso específico que garanta a formação de um líder completo e de sucesso. Esse é um processo de aprendizagem constante, em que o líder deve ter papel ativo na busca por seu aprimoramento sempre.
A psicologia comportamental e organizacional pode ter um papel indispensável no desenvolvimento de liderança, é importante ressaltar.
Algumas medidas podem acelerar esse processo e tornar ele ainda mais consistente, confira:
- Desenvolvimento de soft skills;
- Buscar feedbacks sempre;
- Aprender com líderes experientes;
- Buscar cursos, mentorias e leituras primordiais;
- Pratique autoanálise sempre;
- Acompanhe individualmente os integrantes da equipe com frequência;
- Seja um excelente comunicador;
- Saiba reconhecer suas falhas;
- Lembre-se de que você é um exemplo a ser seguido;
- Saiba delegar e incentivar a responsabilidade no time.
4 Modelos de Liderança para diferentes tipos de empresa
Antes de abordarmos alguns modelos de liderança para diferentes tipos de empresa, é importante mencionar que esses modelos não funcionam como regras e nem de maneira individual, pois um líder pode mesclar suas abordagens para adaptar seu estilo à realidade do negócio.
Conheça os 4 principais modelos de liderança abaixo:
#1 Liderança situacional
Nesse estilo de liderança, o líder adapta seu estilo de gestão às necessidades e habilidades de cada membro da equipe, levando em conta suas particularidades, podendo alternar entre outros modelos de liderança dependendo da situação.
Esse modelo pode ser muito eficaz quando trabalhamos com equipes diversas e inclusivas, além de ser importante para equipes de criação em que os funcionários trabalham com a criatividade, que é muito particular e pode dificultar a definição de um workflow específico.
Uma liderança situacional efetiva, assim como os outros modelos quando bem implementados, pode eliminar situações de burnout e conflitos trabalhistas que costumam levar os funcionários e ex-funcionários a procurarem o direito da saúde e trabalhista.
#2 Liderança liberal
A liderança liberal parte do princípio de que a autonomia da equipe é mais válida do que uma estrutura de trabalho de comandos e tarefas, colocando o time em um papel ativo na tomada de decisões e construção de ideias e projetos.
É um modelo interessante para equipes com funcionários em nível pleno ou sênior, pois considera-se que são capazes de gerenciar o próprio trabalho sem a supervisão direta de alguém.
É importante ter cuidado com esse tipo de liderança, pois em alguns casos pode não ser efetiva e ocasionar situações como atrasos de trabalhos, execuções incorretas e improdutividade operacional.
#3 Liderança democrática
Neste estilo de liderança, o líder consulta a equipe antes de tomar decisões importantes. Ele incentiva a participação ativa da equipe e ouve as opiniões de todos os membros. Esse estilo pode levar a uma equipe mais engajada e motivada, mas pode ser menos eficaz em situações de crise que exigem decisões rápidas.
#4 Liderança autocrática
Neste estilo de liderança, o líder tem total controle e autoridade sobre a equipe. Ele toma todas as decisões sem consultar a equipe e espera obediência total. Esse estilo pode ser eficaz em situações de crise, mas pode levar a uma equipe desmotivada e pouco engajada a longo prazo.
As maiores consequências da má liderança
A má liderança pode ter graves consequências para a equipe, a organização e até mesmo para os próprios líderes. Algumas das maiores consequências da má liderança incluem:
- Alta rotatividade
- Problemas de saúde física e mental na equipe;
- Baixa produtividade;
- Clima organizacional ruim;
- Insegurança psicológica;
- Crise na imagem da empresa;
- Perda de oportunidades de negócio.
Além disso, os processos trabalhistas por condições inadequadas de trabalho podem ser um enorme problema para a gerência e para a empresa como um todo, causando insegurança também em outros funcionários.
E isso vai além da qualidade da liderança, envolvendo também as condições do ambiente de trabalho, que devem ser salubres, contendo manutenção de ar condicionado, máquinas adequadas e atualizadas, mecanismos de segurança do trabalho etc.
ISO 9001 e a Gestão Empresarial: o que você precisa saber
Para garantir ainda mais qualidade na gestão de pessoas e nas lideranças da organização, muitas empresas optam por consultorias ISO, em específico para tirar a certificação ISO 9001.
O que é a ISO 9001?
A norma ISO 9001 é uma norma internacional que estabelece requisitos para um sistema de gestão da qualidade em uma organização.
A norma fornece uma estrutura para que as empresas possam implementar um sistema de gestão da qualidade que atenda às necessidades dos clientes e outras partes interessadas, como fornecedores e colaboradores.
Isso inclui a definição de processos para garantir a qualidade dos produtos e serviços oferecidos, a medição e monitoramento do desempenho da organização, a identificação de oportunidades de melhoria contínua e a adoção de abordagens baseadas em dados e evidências para tomada de decisões.
A certificação ISO 9001 é um reconhecimento formal de que a organização atende aos requisitos da norma.
Além de ser uma excelente forma de trazer a excelência em termos de gestão para a empresa, ter o certificado da norma é uma garantia de vantagem competitiva e segurança para novas oportunidades e negócios.
Dessa forma, podemos concluir que a certificação ISO 9001, juntamente a uma gestão de pessoas que preza pela liderança de qualidade e pela cultura organizacional consolidada são fatores fundamentais para garantir o sucesso de um empreendimento.
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Matupa News, onde você pode encontrar conteúdos informativos de valor sobre diversos segmentos.