A relação entre a pandemia do coronavírus e o varejo é inegável. Devido ao distanciamento social recomendado pela Organização Mundial da Saúde, deve-se evitar sair de casa, o que, naturalmente, reduz a demanda por alguns produtos.
A expectativa do Ministério da Saúde é que o distanciamento social seja necessário até julho ou agosto, quando o número de casos deve começar a diminuir.
Essa pode ser, portanto, uma fase delicada para alguns lojistas e indica a necessidade de adaptação à realidade atual e ao cenário pós auto quarentena.
Afinal, deverão haver mudanças nos padrões de consumo, seja devido à redução da atividade econômica, seja à necessidade de um maior cuidado para evitar o risco de contrair a doença.
Saiba mais sobre a relação entre o coronavírus e o varejo, e o que empresas do ramo podem fazer para se manter no mercado com as 5 dicas a seguir.
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Otimização da gestão
A redução no fluxo de clientes e no nível de atividade da empresa são oportunidades para fazer algumas otimizações, como alterações no espaço das lojas e escritórios, no site, no sistema gerencial e no que mais precisar de solução.
Gestores também podem utilizar o tempo para replanejar suas ações para os próximos meses.
Elaborar um plano de contingência contra crises que podem acontecer no futuro, inclusive por influência do coronavírus, é uma boa ideia. É importante repensar, ainda, a estratégia de posicionamento a fim de manter a competitividade.
Nesse período, pode ser necessário substituir alguns itens do catálogo da empresa. Devido à influência da pandemia do coronavírus no varejo, a demanda por alguns produtos diminuiu e, se a empresa tem flexibilidade para diversificar, deve considerar a possibilidade.
A influência na demanda também pode acontecer devido a mudanças na cadeia de suprimentos.
É importante acompanhar a situação com fornecedores e avaliar a necessidade de comprar em outras empresas, além de renegociar prazos de pagamento e de entrega ou mesmo a possibilidade de uma “venda consignada”.
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Redução de custos
Se os gastos fixos forem consideráveis, existe um risco de prejuízos financeiros. Naturalmente, empresas que vendem acessórios médicos, alimentos e produtos relacionados à saúde, poderão ter uma maior demanda — ainda que temporária — nesse período.
No entanto, comercializa-se itens com baixa demanda nos próximos meses, avaliar a possibilidade de reduzir custos é ainda mais importante.
Se a empresa utiliza um software gerencial, fazer um diagnóstico do fluxo de caixa não deve ser um desafio, mas a análise também é possível em sistemas mais simples, como caderno de anotações e planilhas no Excel.
O empresário deve somar os valores a receber e a pagar nos próximos meses e projetar as finanças da empresa para saber quanto de dinheiro será necessário.
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Meios de entrega de produtos
Se o varejo tem apenas lojas físicas e vende presencialmente, a primeira ação é pensar em alternativas para continuar a comercializar produtos em um contexto de distanciamento social.
O gestor deve considerar utilizar os serviços de um motoboy, ciclista ou aplicativos como o Rappi e o Loggi. Assim, muito provavelmente conseguirá garantir entregas no mesmo dia.
Ao pequeno empresário, no entanto, pode ser mais válido entregar produtos pessoalmente ou na porta da loja.
É importante notar que essa é uma importante mudança e pode ser uma maneira de reinventar o modelo de negócio para garantir mais vendas após o período da auto quarentena.
Lojistas que atuam no e-commerce provavelmente utilizam os serviços dos Correios, o que é excelente, pois poderão continuar a vender seus produtos para todo o Brasil.
No entanto, o aumento nas compras online e possíveis restrições à operação da estatal podem gerar atrasos no futuro.
Assim, é importante elaborar um plano para utilizar, se necessário, outros meios de entrega ou priorizar os clientes da região em que a loja atua.
Além dos métodos de entrega, deve-se considerar a segurança dos colaboradores e dos clientes em relação ao coronavírus.
Implementar um meio de pagamento por aproximação e incentivar o uso de boletos e cartões de crédito, para evitar o contato, pode ser interessante — no entanto, é preciso considerar as taxas, o prazo para recebimento e o fluxo de caixa.
Nas encomendas, é uma boa ideia incluir um bilhete sobre cuidados ao receber os produtos e se as entregas forem apenas pessoalmente, o gestor deve se certificar de que a equipe esteja utilizando os itens de segurança devidos, como máscaras e álcool em gel.
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Investimentos em marketing
O tempo livre pode ser utilizado também para investir em marketing, seja com o objetivo de apoiar causas sociais e afirmar o posicionamento de marca, seja para vender — especialmente se existe a previsão de dificuldades com o fluxo de caixa.
Varejistas que já tem uma loja virtual podem investir em anúncios para encontrar novos clientes ou se reconectar com consumidores por meio do remarketing.
Ofertas de kits e de cupons com descontos e benefícios imperdíveis para uso futuro podem despertar interesse nas pessoas.
As mídias sociais também são excelentes canais de propaganda, seja por meio de posts, parcerias com influenciadores ou mesmo anúncios.
Essa é uma das opções para vender com lojas fechadas — para conhecer outras dicas, confira este artigo.
O Whatsapp Business e plataformas de e-mail também podem ser importantes aliados, tanto no atendimento ao cliente, quanto na divulgação de ofertas — desde que o varejista tenha permissão para isso.
Seja qual for a estratégia, é importante criar promoções imperdíveis para atrair mais consumidores.
Além de vale-compras e descontos, a loja pode trabalhar, por exemplo, com parcelamentos mais longos, sem juros, e frete grátis.
Mas é preciso ter cuidado com a mensagem: as campanhas não devem valorizar apenas o lucro da empresa sem considerar o momento, difícil para muitas pessoas.
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Flexibilização das jornadas de trabalho
Seria possível adaptar escalas de trabalho, limitar dias e horários de funcionamento ou otimizar a jornada de serviço na empresa?
Uma medida provisória permite o home office, nesse período, sem a necessidade de alterações no contrato, bastando apenas avisar colaboradores com 48 horas de antecedência.
Há também uma linha de crédito para pagamento de salários a colaboradores de pequenas e médias empresas, por um período de até dois meses, desde que a empresa não os demita.
Avaliar os benefícios concedidos pelos governos e por instituições, estudar a legislação e as flexibilizações criadas para reduzir o impacto do coronavírus no varejo e em outros setores e considerar o trabalho remoto é importante para manter a empresa funcionando bem.
Afinal, algumas atividades, como criação de campanhas de marketing, contabilidade e atendimento ao cliente, podem ser realizadas pelos colaboradores de suas próprias casas, via soluções digitais.
A relação entre o coronavírus e o varejo é perceptível e algumas iniciativas são especialmente importantes na hipótese de dificuldades financeiras.
O gestor deve aproveitar esse período para avaliar necessidades de melhorar sua gestão, reduzir custos — se possível, sem demitir colaboradores —, entregar produtos com segurança e investir em ações de marketing. Assim, seu negócio se prepara para passar por essa fase mais fortalecido.
A demanda por seus produtos diminuiu devido à pandemia do coronavírus? Em que ações você investirá para fortalecer a sua empresa? Utilize a seção de comentários abaixo para opinar.
Este artigo foi produzido pelo blog parceiro Cake ERP.